Olhei...
Não vi ela há muito tempo
Há quanto tempo faz
Nem me lembro mais, então...
Pensei na vida que algum tempo
Eu deixei pra trás
Não me deixe em paz, senão...
Porque, ainda aquele tempo
Dentro entro e sai, volta vem e vai
Sem acabar...
Mas o tempo passou...
Que agora eu sei o que eu passei
Cantei...
Contei, estrelas mil no firmamento
Vão brilhar, depois apagar, irão...
Chorei...
As lágrimas correndo como
Nus cristais, fogos dos vitrais, pagãos...
Não à solidão, amar e desejar a vida
Que não deu as mãos
Mas vai dentro da gente
Como explosão do ar
Como furacão no mar
De repente é
Você voltou assim
Eu preciso mais.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Saudade 2
"SAUDADE... Que será... Eu não sei... Tenho buscado em certos dicionários poeirentos e antigos e outros livros que ocultam o significado dessa doce palavra de perfis ambíguos.
Dizem que as montanhas são azuis como ela, que nela empalidecem longínquos amores, e um nobre e bom amigo meu (e das estrelas) nomeia com os cílios e as mãos em tremores.
E no Eça de Queiroz sem olhar a adivinho, o segredo se evade em sua doçura e sede, como essa mariposa, corpo em desalinho, sempre longe -- tão longe! -- de minhas calmas redes.
Saudade... tens, vizinho, o real significado dessa palavra branca que como um peixe se evade? Não... treme na boca seu tremor delicado...
Saudade..."
Pablo Neruda
Dizem que as montanhas são azuis como ela, que nela empalidecem longínquos amores, e um nobre e bom amigo meu (e das estrelas) nomeia com os cílios e as mãos em tremores.
E no Eça de Queiroz sem olhar a adivinho, o segredo se evade em sua doçura e sede, como essa mariposa, corpo em desalinho, sempre longe -- tão longe! -- de minhas calmas redes.
Saudade... tens, vizinho, o real significado dessa palavra branca que como um peixe se evade? Não... treme na boca seu tremor delicado...
Saudade..."
Pablo Neruda
domingo, 5 de setembro de 2010
Luas
Eu quis querer o que o vento não leva
Prá que o vento só levasse o que eu não quero
Eu quis amar o que o tempo não muda
Prá que quem eu amo não mudasse nunca
Eu quis prever o futuro, consertar o passado
Calculando os riscos
Bem devagar, ponderado
Perfeitamente equilibrado
Até que num dia qualquer
Eu vi que alguma coisa mudara
Trocaram os nomes das ruas
E as pessoas tinham outras caras
No céu havia nove luas
E nunca mais encontrei minha casa
Prá que o vento só levasse o que eu não quero
Eu quis amar o que o tempo não muda
Prá que quem eu amo não mudasse nunca
Eu quis prever o futuro, consertar o passado
Calculando os riscos
Bem devagar, ponderado
Perfeitamente equilibrado
Até que num dia qualquer
Eu vi que alguma coisa mudara
Trocaram os nomes das ruas
E as pessoas tinham outras caras
No céu havia nove luas
E nunca mais encontrei minha casa
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